sábado, 15 de maio de 2010

Sintaxe À Vontade


Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?

Composição: Fernando Anitelli
o teatro mágico

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Google . com

Famoso, mostruoso-poderoso

Mais do que um site de pesquisas

Dominas.

Compras quem te combate

Monopólio?Cartel?

Já nem sei.

Google

Quantas vezes já não quis

Te usar na minha prova?

Só eu e você sabemos

Daquelas horas que eu não resisto

E escrevo uma palavra

E conferir se está correta.

Mas de tempos em tempos

Me trai

E me indica o Wikipédia

Para fonte de pesquisa!

O bom é que já aprendi

Que não se pode confiar em tudo

E nesses Ctrl c’s e Ctrl v’s

Eu pesquiso suas Imagens

Viajo em seus Mapas, Notícias

traduzo meus Blogs, You tube e Orkut.

Ah! O orkut...

o Gmail, e muito mais »


Thaílla Geovanna








Google . com



Famoso, mostruoso-poderoso


Mais do que um site de pesquisas


Dominas.


Compras quem te combate


Monopólio?Cartel?


Já nem sei.



Google


Quantas vezes já não quis


Te usar na minha prova?



Só eu e você sabemos


Daquelas horas que eu não resisto


E escrevo uma palavra


E conferir se está correta.



Mas de tempos em tempos


Me trai


E me indica o Wikipédia


Para fonte de pesquisa!


O bom é que já aprendi


Que não se pode confiar em tudo



E nesses Ctrl c’s e Ctrl v’s


Eu pesquiso suas Imagens


Viajo em seus Mapas, Notícias


traduzo meus Blogs, You tube e Orkut.


Ah! O orkut...



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Seu Jorge , Seu olhar

Temos rotas a seguir
Podemos ir daqui pro mundo
Mas quero ficar porque
Quero mergulhar mais fundo

Só de me encontrar no seu olhar
Já muda tudo
Posso respirar você
E posso te enxergar no escuro

Tem muito tempo na estrada
Muito tem
E como quem não quer nada
Você vem
Depois da onda pesada
A onda zen
É namorar na almofada
E dormir bem

Foi o seu olhar
O que me encantou
Quero um pouco mais
Desse seu amor…

Você

Você, manhã de todo,
que cedo entardeceu
Você, de quem a vida eu sou
Eu sei, mas eu serei
Você, um beijo bom de sol
Você, que em cada tarde vã
Virá sorrindo de manhã
Você, riso lindo a luz

A paz de céus azuis
Você, sereno bem de amor em mim
Você, tristeza que eu crieiSonhei você pra mim

Vem mais pra mim

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, in 'O Operário em Construção'

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sorriso Audível das Folhas


Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa